Tratamento sintomático


Sialorréia: O aumento na produção ou dificuldade na eliminação da saliva trás ao paciente uma grande limitação social e deve ser abordada sempre que existir a queixa:

  1. Tratar a sialorréia com hioscina oral ou transdermica, atropina em gotas, glicopirrolato ou amitriptilina
  2. Fornecer aspirador doméstico.
  3. Injeções e toxina botulínica nas glândulas parótidas pode ser usadas,13 mas até o momento não existem evidências suficientes a respeito da segurança e efeitos em longo prazo, permanecendo portanto classificada como experimental.
  4. A irradiação das glândulas salivares pode ser considerada quando o tratamento clínico falhar.
  5. A intervenção cirúrgica não é recomendada.

 

Secreções Brônquicas: O fluxo constante de secreção, além do seu aumento de consistência pelo ressecamento faz com que este ponto seja fundamental na qualidade de vida.

  1. Ensinar ao paciente e seus cuidadores as técnicas de movimentos expiratórios assistidos usando a tosse assistida manualmente. (também pode ser feita pelo fisioterapeuta)
  2. Providenciar um aspirador doméstico e um umidificador de ambiente.
  3. Considere o uso de N-acetilcisteina 200-400 mg três vezes ao dia Se estas medidas forem insuficientes tente nebulizar com solução salina com um antagonista beta-receptor e/ou broncodilatador colinérgico e/ou mucolítico e/ou furosemida combinados.
  4. O uso de um insuflador/exsuflador mecânico (AMBU) pode ser útil, particularmente em vigência de um quadro de infecção respiratória.
  5. Miotomia do cricofaríngeo pode ser indicada nos casos raros de espasmos de cricofaríngeo e retenção continua de secreção.

 

Labilidade pseudobulbar: Sintomas pseudobulbares como gritar, chorar e gargalhar patológicos podem ocorrer em 50% dos portadores de ELA, mesmo sem sinais motores bulbares.

  1. Informar ao paciente que este quadro não se deve a uma alteração de humor, e sim a uma lesão no cérebro.
  2. 2. Apenas os sintomas emocionais que tragam problemas devem ser tratados, quando necessário, o uso de antidepressivos como a amitriptilina, fluvoxamina, citalopram, é suficiente.
  3. Uma combinação de quinidina com dextromorfan mostrouse efetiva em um estudo de classe IV. Faltam ainda dados a respeito da tolerabilidade e efeitos em longo prazo.

Câimbras: Algumas vezes a queixa de câimbras precede as outras e é mais importante na hora de dormir. Estudo classe 1 sobre câimbras em pacientes não ELA com quinino e vitamina E mostraram que a primeira pode ser efetiva na redução dos sintomas.

  1. Tratar a câimbra na ELA com fisioterapia, exercícios físicos e/ou hidroterapia.
  2. 2. Se for necessário usar quinino.
  3. Magnésio, carbamazepina, fenitoina, verapamil e gabapentina são as alternativas.

Espasticidade: O espasticidade e bastante incapacitante na ELA e apesar de não haver estudos controlados com uma população de ELA, os resultados obtidos em espasticidade em outras condições clínicas como lesão medular e paralisia cerebral podem ser extrapolados para a ELA. Fisioterapia e baclofen oral têm sido usadas em consenso, mas também existem trabalhos com gabapentina, tizanidina, diazepam, dantrolene, memantina e toxina botulínica.

  1. Quando a espasticidade for intensa, a fisioterapia deve ser feita regularmente.
  2. Hidroterapia em piscina morna a 32-34o ou ainda crioterapia podem ser usados.
  3. Drogas anti-espásticas como o baclofen e a tizanidina devem ser tentadas.

Depressão, ansiedade e insônia: Podem ocorrer em qualquer fase da evolução da patologia, porém se agravam bastante quando se instala a insuficiência respiratória.

  1. Tratar a depressão em ELA com amitriptilina ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina (fluoxetina, paroxetina, sertralina)
  2. Tratar a insônia com amitriptilina ou com hipnóticos adequados como o zolpidem.
  3. Tratar a ansiedade com bupropiona ou benzodiazepinicos 2 a 3 vezes ao dia.

Dor: Pode ocorrer dor neuropática na ELA, principalmente em algumas formas familiares. O uso de opióides foi liberado para essa classe de pacientes e o tratamento segue o protocolo específico. Iniciar o tratamento com paracetamol, adicionar um opioides leves como o tramadol e, se necessário, adicionar os opioides mais potentes como a morfina. A constipação pode ser limitante.

Trombose Venosa Profunda: Com a falta de movimentos nos membros inferiores, o risco de TVP aumenta. São recomendadas medidas gerais, como elevação dos MMII, fisioterapia e uso de meio elástica. O uso de anticoagulante profilático não e recomendado.